Células usadas em pesquisas sofreram mutação




Em 1951, no hospital John Hopkins, em Baltimore, EUA, foram retiradas algumas células da paciente Henrietta Lacks, que estava com câncer cervical. Ao analisarem a amostra, os médicos perceberam que essas células se multiplicavam rapidamente sem perder suas propriedades funcionais, o que seria de se esperar se fossem células normais. De maneira inesperada, começava um dos casos mais estranhos da medicina genética. 

Desde então, as células HeLa, como ficaram conhecidas, são usadas como base para pesquisas em todo o mundo. Cerca de 60 mil artigos científicos usaram essas células para tirar conclusões a respeito da eficácia de vacinas ou de tratamentos contra o câncer no corpo humano. 

Agora, cientistas alemães estão questionando a integridade genética dessas células e o quanto elas podem ter influenciado os resultados de todos esses estudos. Para isso, começaram o sequenciamento genético das HeLa para entender como elas evoluíram após tantas gerações e quais mutações sofreram a partir do câncer que lhes deu origem. Já foram identificados alguns erros comuns em células cancerosas, mas também alguns inesperados, como a forte presença de alguns genes e vários cromossomos modificados. 

Em 2011, a jornalista Rebecca Skloot escreveu o livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, em que conta a história bizarra das células HeLa. O doutor em microbiologia Atila Iamarino publicou um interessante texto sobre o tema em seu blog, Rainha Vermelha.


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