Você deve saber que, antes de a Ciência — tirar de Plutão o título de planeta e — estabelecer que o nosso Sistema Solar é formado por oito integrantes, vários astros hipotéticos foram considerados possíveis responsáveis por anomalias e discrepâncias orbitais, e até hoje os astrônomos procuram mundos desconhecidos nos confins da nossa “vizinhança”.
Na verdade, até faz sentido que os cientistas busquem por candidatos mesmo! Afinal, foi graças ao propósito de encontrar o suposto Planeta X que Netuno foi descoberto além de Urano em 1846 — e Plutão foi encontrado além de Netuno na década de 30.
Aliás, foi por conta do desejo de encontrar outros mundos além de Plutão que os astrônomos localizaram inúmeros corpos de grande tamanho, alguns tão grandes como o planeta anão — e o coitado do Plutão acabou “caindo” de categoria e perdendo a designação de planeta.
Candidato a Planeta X
De acordo com Brian Koberlein, do portal Forbes, um grupo de astrônomos parece ter descoberto uma possível superterra a partir de dados coletados pelo Atacama Large Millimiter Array (ALMA), um importante radiotelescópio localizado no Chile.
Segundo Brian, o astro foi observado duas vezes na direção de Alpha Centauri — que é o sistema estelar mais próximo que existe do Sistema Solar —, situado a apenas 4 anos-luz da Terra, e as observações feitas até agora são suficientes para confirmar que existe “algo” rondando os limites do nosso Sistema Solar. Por outro lado, a novidade é tão recente que os astrônomos ainda não tiveram oportunidade de descobrir muita coisa sobre o astro.
De momento, os cientistas acreditam que a órbita do candidato a “Planeta X” se encontra a 300 AU (ou unidades astronômicas) de distância, o que permitiu que eles estimassem o tamanho do astro como sendo equivalente a 1,5 vez maior do que a Terra.
Caso os cálculos estejam corretos — e a descoberta dos astrônomos seja confirmada —, isso significa que se trata da primeira superterra encontrada no nosso Sistema Solar. Além disso, o objeto se tornaria o planeta mais distante do Sol, situado muito, muito além de Plutão, que se encontra a apenas 40 AU de distância.
Será?
A notícia a respeito da possível descoberta de um novo planeta no Sistema Solar é pra lá de excitante, mas, de acordo com Lee Billings, do portal Scientific American, ela também foi recebida com muito ceticismo. Isso porque ainda existem mais perguntas que respostas sobre o possível mundo.
Embora os astrônomos tenham calculado a distância e o tamanho do possível Planeta X, os resultados não passam de estimativas, e sua órbita ainda não foi estabelecida. Na verdade, para que o astro possa existir na distância proposta, ele teria que apresentar uma órbita extremamente inclinada — o que, embora não seja impossível, é muito incomum para uma superterra.
Teorias
Uma das teorias é que, em vez de uma superterra, os astrônomos podem ter localizado uma anã marrom que estaria a 20 mil AU de distância. No entanto, vale lembrar que esse tipo de astro normalmente é visível no espectro do infravermelho, e levantamentos anteriores não detectaram a estrela. Sem falar que sua proximidade à Alpha Centauri a tornaria relativamente fácil de encontrar.
Outra proposta é que o objeto seja um simples astro rochoso localizado a 100 AU de distância. Se esse for o caso, ele passaria a ser o objeto mais distante do Sistema Solar, mas, ainda assim, por conta da distância na qual ele se encontra, ele seria menor do que Plutão — ou seja, o candidato a “Planeta X” ficaria longe de se qualificar como planeta.
Curiosamente, não faz muito tempo que cientistas apresentaram estudos sobre a possível existência de planetas além de Plutão. Observações feitas por cientistas espanhóis sugeriram a presença de um ou dois astros com dimensões que os classificariam como superterras e, se for confirmado que o objeto identificado agora é um planeta, a descoberta confirmaria as teorias propostas por eles.
Para definir o que, afinal, os astrônomos descobriram, será necessário fazer muitas observações e estudos. No entanto, independente do que realmente é aquilo que os cientistas viram, não restam dúvidas de que existe algo nos confins do nosso Sistema Solar — mesmo que esse “algo” não seja o lendário Planeta X.
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