Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, o professor George Church, da Universidade de Havard (EUA), disse que está à procura de uma mulher que queira dar à luz um "bebê de Neandertal". O geneticista acredita ser possível reconstruir artificialmente o DNA de um Neandertal a partir de amostras de ossos. O plano é colocar o DNA artificial em células-tronco que seriam, então, injetadas em um embrião humano. Essas células seriam suficientemente fortes para dirigir o desenvolvimento do embrião. Depois de alguns dias, já seria possível implantá-lo no útero da mãe de aluguel.
Church fez parte do Projeto Genoma Humano, na década de 90, que mapeou o DNA humano com sucesso (o anúncio ocorreu em 2003). Ele acredita que os Neandertais, em vez do estereótipo de brutos e primitivos, talvez fossem mais inteligentes que o ser humano. Embora tenham sido extintos há 33 mil anos, usavam ferramentas avançadas e tinham pensamento simbólico, pois construiam e usavam objetos decorativos nas habitações e também como adereços pessoais. Além disso, enterravam os mortos e faziam uma série de outras atividades que demonstram proximidade com o Homo sapiens.
A clonagem humana é ilegal em muitos países, mas como Church, teoricamente está lidando com um Neandertal (e não com um Homo sapiens), as leis existentes não podem ser aplicadas. Há preocupações de que o processo poderia levar a deformidades no feto, a~lém de trazer riscos para a mãe de aluguel. Além de questões éticas, os cientistas também consideram que poderia faltar ao bebê imunidade para doenças modernas. A notícia gerou insegurança por parte da comunidade cientifíca. Seria justo trazer esses seres à vida no mundo de hoje? Se sobrevivessem, que tratamento receberiam? Eles poderiam ser um motivo de temor ou de preconceito? Ou serveriam de cobaias para experimentos? Ficam as dúvidas.
Fonte: Veja
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